
Era apenas mais uma tarde de domingo, das férias desejadas, no interior de Pernambuco. Estava eu, com minha família, em uma cachoeira perto do nosso sítio. Todos estavam super felizes, pois o primo Daniel tinha voltado vindo de São Paulo passar as férias conosco. Ao chegar na cachoeira, logo todos queriam fazer uma trilha que passava muito perto do rio. Fomos todos. Andamos em fila, Daniel era o último. Paramos em alguns pontos para gravar vídeos e sempre Dani estava falando com um tom de despedida.
Alguns primos entraram no rio e o chamou, mas ele não foi, pois não sabia nadar. Então os meninos continuaram no rio e nós voltamos para o carro. Ao chegar ao carro sentimos falta de Daniel, e começamos a procurá-lo. Foi então que ficamos sabendo que um homem havia escorregado num pedra, batido com a cabeça e caído no rio, e que ao cair, ele segurou a mão de uma criança, mas devido a correnteza ela não conseguira segurá-lo. Ficamos todos em pânico sem saber se era o Daniel.
Decidimos então procurá-lo na água. Após várias tentativas de busca, um salva-vidas encontrou o rapaz. Minha família estava morrendo de medo de vê-lo. Porém, retiraram o corpo e levaram à ambulância, e logo veio o choque. Sim, era o Daniel! O desespero prevaleceu, e ao tocar seus cabelos e olhar seus olhos, já sabíamos que o pior tinha acontecido. Levou ele para o hospital, mas não teve jeito.
O que ficava na cabeça de todos era uma só pergunta: “Por que ele?” meus parentes de Sampa vieram para cá ao saber do fato. Enterramos Daniel, e para homenageá-lo, cantamos o hino do seu time predileto: São Paulo F. C. E foi com esse hino que nos despedimos dele. E a partir desse dia tentamos devolver o sentido da vida com ele no coração.